“É bonita essa energia que vem do coração, a música transforma”, diz Ana Muniz em conversa com o Projeto Fragmentado.

08:17

Por Rayana Garay

Bate-papo com a cantora e compositora Ana Muniz
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
A maior parte dos artistas começa a ter o primeiro contato com a música a partir do incentivo de alguém, tendo como inspiração algum músico, familiar e por aí a diante. Com a cantora gaúcha Ana Muniz, 18 anos, não foi diferente. Sua família comporta em peso o dom para essa arte. Aos 7 anos Ana aprendeu a tocar violão, instruída pelo seu pai que também é músico. O seu irmão Gabriel Muniz toca atualmente baixo no Projeto Coletivo Ana Muniz, junto com Rubens Baggio (guitarra), Rafael Pavão (percussão) e Rafael Cunha (bateria).

Com aproximadamente 10 anos, Ana começou a se dedicar ao canto e passou a compor. Após um tempo ela passou a aperfeiçoar ainda mais a sua arte até a construção do seu primeiro trabalho. “Eu cantava minhas músicas somente para grupos de amigos, mas um dia, uma irmã - uma amiga - me convidou para tocar no Fórum da Tribos dos Parceiros Voluntários e lá pude ter contato com um produtor musical”, explica Muniz.



Coletivo Ana Muniz realiza show no El Toro Pub
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Era o começo da banda Ana Muniz e os Três, formada por Zé Carrasco, Térence Veras  e o Thiago Weber. Com o estilo próprio partindo de temas mais relacionados com a adolescência da cantora, foi lançado em 2012 o disco '+ Sol +Riso'. “Lancei com 15 anos o meu primeiro álbum com ajuda dos três integrantes”, afirmando que as letras não eram tão profundas como se vê no último trabalho da artista o 'B.U.S.C.A.I', em 2014. Segundo a cantora essa formação firmou-se por um tempo, mas depois, pelo caminho de cada um, resolveram seguir outras ideias e projetos.

Com o '+Sol+Riso' surgiram novas oportunidades e iniciou-se o Coletivo Ana Muniz. “Eu convidei meu irmão para tocar comigo, chamei também alguns amigos e começamos a fazer shows. A partir disso surgiu o Autoral Social Clube – ACS, que acontece uma vez por mês no Espaço Cultural 512, foi onde conheci os músicos que compõe hoje o Coletivo”, comenta a gaúcha. Ana afirma que a carreira não é só dela, mas sim de um coletivo, como um todo, e é assim que eles se veem atualmente.

Lançado no ano passado o EP B.U.S.C.A.I, que para Ana trata de uma nova atmosfera de música, com novas intensões depositadas em suas letras. “Eu sinto que o Buscai traz outra coisa de conexão. Para quem está escutando, as letras possibilitam uma porta para rever seus pensamentos, de quem você tratou mal ou de repente, perceber que o dia está bonito e que não tem do que reclamar”, expressa a cantora.

É uma aproximação profunda entre a Natureza e o Homem, e, principalmente de adquirir uma reflexão. “É fazer música com consciência, porque ela é muito poderosa, muda a nossa energia. Então a gente faz como se fosse uma ferramenta trazendo um discurso”, ressalta Ana dizendo que a ideia é ser responsável na forma de levar um discurso seja “para somar e não a regredir”.
Nas apresentações fica fácil perceber a troca de energia entre o Coletivo e seu público. Ana relembrou do show, em especial, que fez no Espaço Cultural 512, depois de ter ido a São Paulo e retornado para Porto Alegre. “Esse em particular foi lindo demais, pois fazia tempo que a gente não tocava aqui e foi uma galera. É sempre bom fazer shows em Poa, ver que estamos sendo reconhecido pelo o nosso trabalho”, admite.

Segundo a cantora, o público em São Paulo está conhecendo a banda e mesmo assim já rola uma troca de energia. “Estamos começando a dar uns passinhos, as pessoas já estão cantando as nossas músicas e estão ali entregues aos shows, movimentando, batendo o pé, catando, se expressado, estando presentes, sabe, isso é mais o importante”, relata à compositora.

Ana Muniz faz participação no show da banda Doyoulike?
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Na hora de escrever suas músicas, Ana Muniz fala que é sempre um grande mistério porque vem inspiração de tudo um pouco. “É desde a minha relação com a minha família, meus amigos e, principalmente, comigo mesma, pois é uma coisa mais intima a relação entre nós mesmos”, reflete.
Segundo Ana Muniz, temos que valorizar as nossas relações e é por isso que suas letras trazem um autoconhecimento, de observar, de rever alguns conceitos para a inspiração. “A arte é muito bonita e eu preciso estar conectado com a humildade. Buscá-la assim para se inspirar não apenas por um escritor, mas quem sabe em um sorriso de um irmão”, argumenta.

Entrevista com a cantora gaúcha Ana
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado

Ela já fez participações em shows da banda Doyoulike? e fala sobre a parceria que teve com eles. “Antes dessa junção, surgiu uma amizade com o cantor Érico Junqueira. Eu pedia para os artistas que eu gostava ouvirem uma música chamada Confundindo os Azuis”, explica.

Na época a artista divulgava suas músicas no twitter e o Érico foi um dos artistas que ouviu a sua música. “Eu era na época muito cara de pau mesmo. O Érico curtiu e a partir daí a gente começou a conversar, tivemos alguns encontrou em shows e conheci o restante da banda”, revela.
Surgiram alguns convites para a artista cantar junto com a banda, começaram a ensaiar e iniciou-se uma amizade. “Assim surgiu à parceria, partindo de uma amizade linda que eu tenho com ele até hoje. Fizemos músicas juntos e isso só fluiu”, salienta.

A compositora revela sobre os bastidores da gravação do videoclipe da música Confundindo os Azuis. O local escolhido foi na La Salle, no Centro da capital gaúcha. “Foi um momento muito especial para a minha caminhada. O Pedro Mahfuz, diretor, juntamente com seu parceiro de trabalho Alberto Feoli, estavam a fim de gravar um clipe meu e escutaram a música e gostaram, revolveu gravar”, diz.

Ela  explica que achou muito bonito as referências que eles escolheram, das imagens, as cores e que foi apenas um dia de gravação: “Com a gravação do clipe, as pessoas puderam conhecer outras músicas minhas e eu sou muita grata por isso, por tudo ter acontecido a partir daí”.

O Coletivo Ana Muniz já vem divulgando as suas músicas que entrará para  o próximo álbum da banda. Gravaram algumas músicas para o Show Livre em São Paulo e essas podem ser vistas na Internet. “A galera já conhece as músicas e estão cantando junto nos show e isso é muito bom pois ainda não gravamos em estúdio e eles já conhecem e sabem delas”, fala. O disco ainda não tem nome definido e nem previsão de lançamento. “Já têm várias músicas que estão arranjadas e outras novas que estão por vir”, revela.
Além do Coletivo, Ana toca em feirinhas orgânicas só com voz e violão, num show mais intimista. “Eu toco sozinha, nuns lugares mais zens, de meditação, diferente que eu faço com a banda”, admite.

E para finalizar a conversa, Ana Muniz fala sobre a poder da arte “Têm coisas que não tem como explicar. Quem vai explicar o que a gente sente né?! É bonita essa energia que vem do coração, a música transforma. É bom viver, é bonito reconhecer e é isso, vamos desfrutar (risos)”, conclui.

Os próximos shows:

08/08 no Espaço Lechiguana, em Gravataí, 22h, R$ 10.
15/08 no Vila Flores, em Porto Alegre - 15h, R$ 2.
15/08 em Santa Maria, no final da tarde.

Veja abaixo a conversa que Ana teve com o Projeto Fragmentado. 

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