Conheça o Poste arte que espalha cartazes nas ruas das cidades

09:34

Por Rayana Garay


A manifestação cultural pode ser criada de diversas maneiras, entre elas, a arte - que contribui com a libertação de ideologias. Na poesia, os autores retratam manifestos de beleza e estética através da palavra. Nos versos, o autor tem a liberdade para definir a sua forma e ritmo; e já na melodia, essas expressões são transmitidas através de harmonia e efeitos sonoros.
Cartaz sendo colado no poste
Foto: Poste arte/Divulgação

Com a correria do dia a dia a proposta do projeto cultural Poste arte, criada na capital do Pará (Belém), é enfeitar as ruas das cidades colando letras e poemas para desacelerar o ritmo e dar espaço à reflexão. É o que explica a representante do projeto, Elisa Malcher. “Foi o meio que encontramos para espalhar nas ruas algo que enriquece e tem capacidade de mudar a caminhada das pessoas: a arte. E através dela e com ajuda de colaboradores de bons corações, podemos realizar esse trabalho em várias cidades do Brasil”, diz.

Segundo Elisa, a rua tem um potencial incrível de comunicação. Eles aproveitaram a rotina para sensibilizar as transformações afetivas.
A manifestação de junho de 2013 foi importante para o projeto nascer com a ideia de levar discussões críticas que precisam estar nas ruas. Atualmente o Poste arte está espalhado pelo Brasil todo contando com 37 colaboradores.

O principal objetivo do Poste é trazer um instante de desvio no meio da correria da cidade espalhando trabalhos nas esquinas, pontos de ônibus, e principalmente, em postes com a iniciativa de ocupar centros urbanos enfeitando com a arte. É o que retratada Elisa falando sobre a agitação que as pessoas levam. “Na conturbada cidade as pessoas tem uma pausa para elas mesmas se reencontrarem. Muitas vezes a gente não faz ideia da pedra que há no meio do caminho, talvez o poste possa contar...”, ressalta.

Na pesquisa por material, o pessoal do projeto pede sugestões através das redes sociais, mas na maioria os cartazes são feitos a partir do que eles leem ou do que eles gostam, dando preferência para literatura e a música popular brasileira. Outra maneira que o público contribui é para os projetos paralelos, produzindo ações filantrópicas. “A ajuda do público é essencial, exemplo disso é o projeto ‘Manhã Literária’, que organizamos uma vez por mês para arrecadação de livros a serem doados”, explica Elisa.

Trecho da letra da cantora Marina Peralta
Foto: Poste arte/Divulgação
A divulgação nas redes é para mostrar o trabalho e a ideia do projeto. Através do Facebook eles publicam fotos e possibilitam que curtam e compartilham frases coladas nos postes, mas não é o mesmo impacto que ocorre durante a correria do dia a dia. Quem vê as frases nas ruas tem outra reação diferente de quem vê por foto.

O pessoal do projeto não imaginava o tamanho do reconhecimento que eles iriam receber. “Agradecemos por todo o carinho, não tínhamos noção do tamanho que isso iria nos proporcionar. Tudo que fizemos é com muito amor, pois acreditamos que isso é suficiente”, finaliza dizendo que  receber esse apoio é gratificante.

Os cartazes que mais tiveram repercussão, segundo Elisa, foi o trecho da música “Os Passa Vida” da Banda Sayonara, que tem o seguinte trecho: É que nessa cidade as mangueiras falam sempre em ti. A explicação é por que no Belém/PA é conhecida como a cidade das mangueiras e as pessoas se identificaram. Já a outra frase teve repercussão no Brasil todo: Na desordem do progresso a rua há de ser verso, o trecho foi adotado pelo Poste Arte que na época da copa serviu como lema para descrever o sentido de (re)ocupação do espaço urbano em forma e conteúdo.

Alguns dos colaboradores do Poste
Foto: Poste arte/Divulgação
Adiante:

Para o futuro, o grupo do Poste arte investe no projeto paralelo chamado Projeto Filantrópicos, que visa ajudar o próximo através da poesia, música, arte e o amor para população carente. A representante do Poste arte, Elisa, explica que a partir do lema Vai onde não há amor, e ama! nasce o projeto paralelo: Manhã literária.
“Realizamos saraus em asilos, onde interagimos com experiências de vida, música, leitura e um café da manhã para idosos”, finaliza dizendo sobre o outro projeto: AveCidade, que levará agasalhos e café da manhã para moradores de ruas.

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