Ian Ramil, o início de um novo Ciclo

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Por Rayana Garay
Show de encerramento da turnê
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
O cantor gaúcho Ian Ramil, se apresentou na segunda semana de dezembro, no Bar Ocidente para o encerramento da turnê IAN. O álbum, lançado este ano, é do seu primeiro disco e contêm 13 faixas. Distribuído com músicas fluidas de folk e pop, traz origem de onde viveu, fala da sua trajetória no bairro Bom Fim, em POA, onde vive. 
Acompanhado por amigos e companheiros de viagens, Ian explica que o show (11/12) foi um fechamento de um ciclo, para dar início a outro, pois a partir de janeiro começarão as gravações de um novo disco. Ele adianta informações de como será o novo projeto: “Já estamos tocando algumas músicas que estarão no próximo disco, e outras vamos ensaiar e montar alguns arranjos”.

O cantor ganhou, este ano, o prêmio de Revelação pela a Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). Segundo ele, foi uma surpresa. Foram mais de 50 críticos para eleger as melhores produções. Ian Ramil é um artista independente e foi um dos nomes na 59º edição do prêmio.

A gravação do álbum foi feito em Buenos Aires, produzido pelo seu amigo Matias Cella. Ramil fala sobre o período que ficou fora do bairro Bom Fim, no qual ele retrata em suas músicas. “Foi rápido, não fiquei muito tempo. Foi um em torno de 15 a 20 dias, então a saudade não chegou a bater”, brinca o músico.
Sobre a produção do álbum em vinil, Ian revela que a maior parte das músicas que ele escuta são em disco vinil, por isso lançou nesse formato.
“Foi mais por fetiche, pois gosto muito de vinil. Então eu me ‘pilhei’ em fazer”, ressalta. A fabricação foi financiada parcialmente pelo o Procultura de Pelotas e foi incluído como parte de seu projeto.

Ian Ramil e banda
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Ramil é um dos artistas que participa do projeto Escuta: O som do compositor, que reúne compositores situados em Porto Alegre. Na realização de shows, eles, geralmente, se apresentam com voz e violão dando mais espaço para melodias e letras. O músico, Ian, explica sobre o movimento. “O contato que o Escuta proporcionou, entre vários compositores, foi de muito envolvimento, isso gerou várias coisas. Um exemplo disso foi bandas, grupos, pessoas em carreiras solos e coletivos, que catalisaram uma cena importante na capital”, finaliza. As reuniões acontecem eventualmente, e, segundo Ian, têm épocas que o grupo se reúne para planejar, assim como têm momentos que cada um está focado em suas coisas. Atualmente o  Escuta está em ‘repouso’, pois os compositores estão trabalhando com seus projetos. Ian diz que ano que, em breve, no próximo ano, o projeto voltará.

Para o compositor Ramil, tudo serve de influência. Qualquer pessoa ou conversa refletem indiretamente na sua arte. Segundo ele, para ter influências, se alimentar de informação é fundamental e deve-se absorver o máximo de tudo.  “Para um compositor tudo é trabalho, pelo menos pra mim, tudo me influência. Aproveito disso, pois qualquer coisa é informação”, ressalta o músico. Beatles, Nirvana, Radiohead, Caetano e João Gilberto são algumas das bandas e músicos que Ramil mais ouviu.

Ian Ramil

Ian Ramil gravou a música Nescafé da banda Apanhador Só e, sobre isso, comenta: “A minha versão vai à levada do violão, então a banda se coloca nessa disposição. Na versão do Apanhador são guitarras e a abordagem é diferente nos arranjos. Isso se cria de uma maneira diferente, dependendo do ponto que tu parte e aonde tu queres chegar,” Ian finaliza dizendo que sempre pensou nessa ideia e cita sobre a versão do cantor Filipe Catto, que é completamente diferente.

Na hora da criar a composição, Ian pensa no 'menos óbvio'. “Costumo seguir o caminho menos óbvio para o próximo verso, acorde, próxima sequência da melodia. Isso quebra as variações no disco, entre músicas lentas, doces, pesadas e fortes”, afirma.
Músico na sua apresentação no Bar Ocidente
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Ao observar o disco, no final , ocorre esse processo entre a música Hamburger e RotaEsta última foi gravada em versão diferente pelo Apanhador Só, sendo mais lenta na versão de Ian.




Sobre o próximo ciclo, que é a gravação do novo disco, Ian revela que será provavelmente em Pelotas, na casa de seu pai, o cantor Vitor Ramil.
“Vamos invadir a casa, afastar os móveis e vamos armar tudo na sala. Vamos gravar o que der e o que não der vamos gravar, aqui, em Porto”, diz.  A ideia é de que o lançamento seja ano que vem, pois o cantor não quer prolongar muito a data para não ficar “de saco cheio de ouvir”.

Artista independente Ian Ramil
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Ainda sobre o novo projeto, Ramil comenta que quer “fazer e criar junto dos ‘guris’, vamos nos juntar e fazer esse trabalho, criando e já gravando coisas” e que a produção do disco será feita por ele, em conjunto com seu amigo baixista, Guillherme Ceron, que já iniciaram seus trabalhos neste ramo, produzindo alguns nomes da nova geração. Segundo Ian, é hora de experimentar, uma vez que “estamos nos experimentando referente à produção, então na ideia do disco, não sabemos no que vai se dar. Só sabemos que vamos estar com todos reunidos lá”, finaliza o músico.

Conheça mais sobre o artista Ian Ramil:

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