A poesia musicada de Ramiro Macedo

11:44


Por Brenda Fernández


Ramiro Macedo

Encontramos Macedo na última semana do ano num simpático bar do bairro Bom Fim para uma conversa sobre música e lembrar dos momentos importantes do ano que já terminava. Ele tem 24 anos. Sua história artística começa nas letras roubadas dos cadernos do poeta Mário Quintana, e hoje, meio Caetano – meio Beatles, rompe as barreiras da geografia para mostra a sua singularidade ao mundo.


Ramiro Macedo nasceu com o futuro traçado: ser artista; assim como sua mãe, seu pai, seus tios e primos – sendo um desses primos o que lhe ensinou bem cedo os truques do violão. Os primeiros rabiscos autorais foram em 94 e impressionava a quem ouvia aquela bossa extraída das vivências na solitude da casa da família.


Ramiro Macedo
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragementado
- Quando eu tinha meus dez, onze anos, sempre tive vontade ser artista. Passava muito tempo na casa dos meus tios e dos meus avós porque meus pais trabalhavam muito. Era uma casa grande onde eu ficava a maior parte do tempo lendo ou criando.Explorava muito a casa. Tive uma vivência no ano de 94 com o Mário Quintana quando minha mãe realizou um trabalho fotográfico com ele e começou a acompanhá-lo. Comecei a compor com frases roubadas do Mário Quintana. Então eu compunha Bossa Nova e todo mundo ficava admirado comigo. Na adolescência toquei menos do que antes. Quando voltei pra faculdade eu retomei as músicas e inclusive toquei coisas que não gostei. Fui mudando, processo crescente natural, sabe?

Foi amadurecendo junto da sua musica. Foi buscando uma identidade, que na verdade não era permanente, ele queria uma singularidade. Foi se apropriando do que conhecia, teve uma ruptura para buscar essa particularidade.
Após um ano e meio viajando pela Ásia e Oceania, volta para o Brasil com a mala cheia de experiência e histórias a contar. Ele afirma que tocar nas ruas é a relação mais honesta que se tem com o público.

 - Quando não há dedicação, esforço, você pode ser o mais técnico possível, mas as pessoas não irão interagir. Pássaro Vadio é a música que fiz antes de viajar e que dá o nome ao meu novo projeto musical. Ainda gosto muito dela. Ela é perfeita a ponto de não se esgotar e reforçar muito a idéia de síntese. É uma idéia de música bem diferente. Meus amigos que estudam música, por exemplo, eles gostam de jazz, frases bem extensas, harmonia. Eu, gosto de enxugar e conseguir transformar em algo diferente. Potencializar. Uma forma de enxergar a música um pouco diferente.
Músico Macedo
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado

Brinco com Macedo sobre a possibilidade de futuramente lançar um livro, visto que a veia artística é fortemente literária. A ideia não é novidade ao artista:

- Eu to construindo algumas coisas. Tenho coisas guardadas e mesmo sendo muito velhas acho válidas pela honestidade que têm. São registros de momentos bem pessoais. Enquanto tu escreve, muda a visão de mundo, isso é natural. Escrever é uma verdade que ganha um caráter artístico! 

Sendo na música ou na literatura, Ramiro Macedo mostra que tem potencial para trilhar o próprio caminho. Usando seu nome como identidade artística, o foco agora é no CD que pretende gravar.

Conheça o novo projeto de Macedo:

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