Conheça "Fracasso Extraordinário": o primeiro trabalho solo de Eduardo Barretto

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Por Brenda Fernández 

Eduardo Barretto
Foto: Lia Mendes/Divulgação
O EP “Fracasso Extraordinário” é o primeiro trabalho do artista Eduardo Barretto. A sonoridade paulistana agora invade as redes sociais expandindo ligeiramente as cinco faixas que retratam o lado particular do cantor e as influências cotidianas que o compõe. Com a parceria do baterista Ricardo Cifas,  e do produtor Filipe Consoline, Eduardo estreia seu primeiro trabalho de forma impecável. Por e-mail, o cantor nos conta sobre “Fracasso Extraordinário”:

1. Ao ouvir o EP percebemos uma série de sentimentos envolvidos nele: uma mistura que resulta numa sonoridade impecável. Como foi o desenvolvimento dessas faixas?

Sou um compositor intenso e confessional. Costumo abrir meu próprio peito com uma afiada faca em cada música, deixando as entranhas à mostra. O EP “Fracasso Extraordinário” revela um lado obscuro da personalidade humana, sem pudores ou amarras. Enquanto a maioria das pessoas evita associar suas vidas a qualquer possibilidade de fracasso, fiz questão de utilizá-lo como a tênue linha que costura todas as faixas. Seguir esse caminho atípico em plena estreia pode causar estranheza, mas o lugar comum é extremamente desconfortável para mim. Durante todo processo mantive a mente aberta, sem me preocupar com rótulos ou julgamentos. Busquei uma sonoridade delicada, mas alguns momentos frenéticos e caóticos simplesmente transbordaram de mim. Aprecio essas nuances não apenas na música, mas também na vida.


2. O que compõe o “Fracasso Extraordinário” é inteiramente seu?
EP
Foto: Divulgação

Todas as músicas foram escritas e arranjadas por mim. Fiz questão de imprimir a minha digital em cada detalhe para que o trabalho realmente refletisse a minha personalidade. Sou um apaixonado pelo processo de composição, acho que é nessa etapa que se define a identidade artística. Agora, ninguém chega a lugar algum sozinho, mesmo em um projeto solo. Todas as baterias foram gravadas por Ricardo Cifas, um dos melhores bateristas da cena musical de São Paulo. A produção ficou a cargo de Filipe Consolini, outro profissional de altíssimo nível. Tive ainda o suporte do selo paulistano Mono.Tune Records, que acreditou desde o início e lançou o EP.


3. A partir das cinco faixas, o que podemos esperar de Eduardo Barretto para 2015?

Sigo divulgando o EP “Fracasso Extraordinário” e preparando também o show de lançamento, aqui em São Paulo. Assim que concluir essa etapa pretendo cair na estrada. É preciso estar em movimento e ir ao encontro das pessoas, onde quer que elas estejam. Estou ávido pela troca de energias com o público, poder tocá-los de alguma forma, sentir o cheiro, o gosto, enfim, vivenciar intensamente essa experiência.


4. Na sua opinião, como está o cenário da música independente no Brasil? Como foi a sua inserção nele?

Artista Eduardo Barretto
Foto: Divulgação
A música brasileira está passando por uma fase criativa esplendorosa, especialmente na cena independente. Embora ainda seja uma sangrenta batalha campal viver de arte no Brasil, percebo muitas pessoas empenhadas em descobrir e desenvolver novas estratégias para viabilizar a continuidade dessa efervescente produção musical. Existem artistas relativamente novos realizando trabalhos de alto nível, muitos já vivenciam a sustentabilidade de suas carreiras mesmo fora do chamado mainstream. É preciso se adaptar, afinal, aquele antigo modelo de mercado fonográfico está praticamente extinto.

Sempre atuei no meio musical como baixista. Tive a felicidade de tocar com várias bandas legais da cena porto-alegrense, foi assim que tudo começou para mim. Em algum momento senti que era hora de respirar novos ares e desembarquei de mala e cuia em São Paulo, onde vivo hoje. A mudança teve um impacto profundo na minha vida e acabou despertando uma necessidade de me expressar de outra forma. Jamais havia cantado ou sequer pensado sobre um possível projeto solo, mas é inspirador se deixar levar pelo imprevisível. Estou navegando em um oceano desconhecido, sem leme, mas também sem âncora. Espero finalmente descobrir o que existe além da linha do horizonte.





Sobre Eduardo:

Eduardo Barretto é paulistano de nascimento, mas gaúcho de criação. Tocou baixo em grupos emblemáticos da tradicional cena sulista até que, em busca de novos ares, deixou Porto Alegre e fixou residência em pleno centro histórico de São Paulo. A atmosfera efervescente da metrópole desencadeou um processo de reinvenção do músico, que aventura-se além das quatro cordas pela primeira vez.
Foto: Acervo Pessoal

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