Um pouco da Irlanda no RS

12:28

Por Brenda Fernández
Bando Celta
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Renato Zingano
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Pelo nosso Estado ainda é raro encontrar ambientes compostos pela cultura celta, mas sortudos são aqueles, que sem menos esperar, são surpreendidos pelo som da gaita de foles.
O resultado disso, por experiência própria, é cativante. 
Como referência aos vários estilos populares, como Irlanda, Escócia, Galícia e outros, a música Celta usa as formas tradicionais de danças e os improvisos dos trovadores. É reconhecida pela utilização de flautas e rabecas e sempre cantada na língua local.

Atualmente seus instrumentos foram modernizados, mas ainda podemos encontrar pelo mundo músicos que não desvencilharam do clássico. Eles andam por todos os cantos do Rio Grande do Sul, quiçá do Brasil, mas foi na cidade de São Leopoldo/RS que os assisti pela primeira vez. E na segunda vez, foi no Pub Irlandês Samrock, em Porto Alegre, onde entrevistamos. Quem conta a trajetória do Bando é Caio, que não mede as palavras quando o assunto é música.

À vontade de disseminar a cultura celta pelo Brasil inteiro fez quatro músicos construírem um projeto, que logo depois virou Bando, e consecutivamente, Bando Celta. 

Caio Haag
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Um ano atrás, Renato Velho e Tales Melati começaram a escrever as primeiras linhas da história, quando em 2006 participaram de um projeto na Usina das Artes, que realizava pesquisas sobre música do mundo inteiro. Depois de estudarem afinco a música celta, finalizaram o projeto montando um Espetáculo.Caio Haag e seu Bodhrán (instrumento celta) entraram na história logo em seguida, quando foi convidado por Renato para participar de uma apresentação em Porto Alegre, em um bar da Cidade Baixa.

"Eu havia imaginado que seria um ambiente calmo, com pessoas sentadas, conversando e a gente tocando. Quando cheguei lá tinha um palco todo montado. Não tinha repertório. Conversamos 'ah tu conhece tal musica?' 'conheço' 'e essa?' 'não' e dessa forma fomos eliminando algumas opções. Teve uma música que um de nós não conhecia, mas acabou pegando a harmonia e saiu tocando" lembra o integrante Caio.

Caio nos conta que antes mesmo de participar do projeto "TRADISONS" que envolvia seus novos companheiros de banda, já conhecia músicas irlandesas e esse conhecimento veio através do contato com o rock, passando por um metal melódico e quando percebeu escutava música irlandesa, considerada uma fonte bem ampla. "Muita coisa sai da música Irlandesa e se transforma em diversas coisas. E a gente uniu essas coisas do meu conhecimento de que tinha de música Irlandesa com os guris que são instrumentistas de longa data e decidimos montar o bando Celta" diz orgulhoso.

Jonatã e Tales
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Jonatã Edinger integrou o Bando em maio com o seu fiel violino. Mas quem acha que o Bando Celta se limita apenas a cultura irlandesa, se engana! Há um tempo os artistas vem apostando em uma mistura de “brasileirices” com contexto celta, e esse estilo alternativo tem dado muito certo. "A gente pega uma música folclórica, brasileira ou gaúcha e inserimos nossos instrumentos tradicionalistas. Fizemos essa experiência na música “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga". Em seu repertório encontramos adaptações com “Canção da Meia Noite”, de Nenhum de Nós e “Minha Alma”, da banda O Rappa.

Formada o Bando Celta, em dia de São Patrício, 17 de março, os meninos seguem incansavelmente, ainda mais apaixonados pela musicalidade que produzem, pelos bares de Porto Alegre e interior do Estado levando a cultura irlandesa com seriedade a quem quiser ouvir.

Tales Melati
Foto: Brenda Fernández/ProjetoFragmentado
Outro diferencial é que contêm composições próprias que já começaram a surgir. Essas são inspiradas na cultura e na mitologia celta. A música celta tem uma forte característica de possuírem uma história narrativa com início, meio e fim, sempre bem estruturadas.
Os meninos contam que se inspiraram no estilo pagão e misturaram a cultura com a música celta, nascendo dai suas letras e composições. Os planos para o futuro são numerosos e está a altura do potencial do grupo. A próxima agenda poderá incluir um “Tour” pelo país, semelhante ao realizado em Floripa/SC.Mas enquanto isso não é acertado, uma coisa é certa que, se você quer encontrá-los acompanhe a programação no site do Bando Celta e fique de olho. Eles sempre pintam no Shamrok levando o espírito festivo e intenso da música celta aos de bom gosto musical.

Findada nossa conversa, descemos para o segundo andar do pub onde aconteceria à esperada apresentação. Na expectativa de sempre sermos novamente surpreendidas e na ansiedade do melhor ângulo para fotografar, sentamos nos primeiros lugares e o espetáculo foi lindo.

O Bando Celta
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado


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